terça-feira, 17 de julho de 2012

Gosto de araçá-mirim


Autor: Sávio Roberto Moreira Gomes
                                 04 de abril de 2008.


Não sei o nome dela, mas a vi surgir magicamente,
como se tivesse materializado das águas do mar,
veio de lugar nenhum, silenciosamente...
Ali perante Netuno, veio a tarde enfeitar.

A suave canga a emoldurar-lhe os quadris
não conseguiu aplacar a sensualidade eloqüente...
Surgiram  pensamentos bons e vis,
numa mistura febril entre ser anjo e gente.

Procuro ser natural integrado ao presente
no sobe e desce da mágica do seu andar
mas meu olhar se perde simplesmente
nas marcas na areia do seu caminhar.

Impõe-se a fantasia, displicentemente,
de imaginá-la sorrindo, aquele sorriso
angelical-diabólico, sedutor, caliente,
mas assalta-me o rubor e o ciso...

Por mais que tentasse, inutilmente,
novas fantasias insistiam mil sabores,
como o gosto lúdico, de repente,
de araçá-mirim e mil licores!

A onda se espraia delicadamente
para os seus passos apagar,
meu delírio a segue insistente
implorando pra voltar...

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