DE TALITA BATISTA PARA ROSA MUNIZ
Um Último Encontro com Rosa Muniz
Local? O mesmo
que todos os nossos queridos guerreiros, por aqui passaram e se foram, deixando
em mim, como você vai deixar, um grande
vazio.
Onde está toda aquela alegria e agitação dos tempos idos?
A alegria do encontro dá lugar ao aperto na garganta e à certeza de que o
teatro da vida perdeu uma grande protagonista.
Quero ter forças para te encontrar, cantando e celebrando
a vida, como sempre foi de seu gosto, nos nossos encontros. Alcione vem ao meu
socorro, nesse momento difícil para nós duas, ao interpretar a melodia e letra
de Edson Conceição e Aloísio,”Não Deixe o Samba Morrer”.
“Quando eu não puder pisar mais na avenida;
Quando as minhas pernas não puderem agüentar;
Levar meu corpo, junto de meu samba,
O meu anel de bamba,
Entrego a quem mereça usar.”
Vem na frente, irradiante, em primeiríssimo lugar, com
sua indescritível garra e a certeza de que o Sol nasce todos os dias, a sua tão
querida cunhada Conceição Muniz. Com ela, merecidamente, fica o anel da
sabedoria, do brilho, da luz, do discernimento, da compreensão, da harmonia e
da paz, que tanto precisamos.
No percurso desses 83 anos, de sua rica existência, Rosa,
você foi conquistando muitos anéis de “bamba”. E todos, que te conheceram bem,
podem testemunhar esse fato:
Anel de grande e fiel esposa e companheira que foi para o
José Jorge, meu grande amigo-irmão.
Anel de dedicada mãe para Maria Tereza e Jorge Guilherme.
Anel de amorosa avó, para a pequena Duda, para seus netos Sérgio Augusto, José Jorge e Jovanna e seu
bisneto Gabriel.
Você conquistou até um anel muito raro, difícil mesmo de
se conquistar, pelo estigma cultural, trazido pelos tempos, o anel de muito
querida sogra: de seu muito amado genro Sérgio Augusto e de sua delicada e
linda nora, Carla.
E não terá porta-jóia que caiba todos os anéis de apoio e
dedicação aos sobrinhos, aos afilhados, aos vizinhos e a todos os amigos que
você foi agregando, no percurso de sua vida.
Para mim, minha grande e fiel amiga, gostaria de poder
herdar o anel de suas grandes e fiéis amizades, destacadamente o da Vânia
(carioca) e o da Acenyr Botticelli, essa já minha antiga amiga e companheira de
luta, também tão queridas por você.
Mas o maior e o mais valoroso anel que conquistou, minha
amiga, foi o de ter tido a oportunidade de pertencer e conviver, de modo tão
lindo, com a família Costa Muniz. Todos os componentes dessa família, sem
exceção alguma, incluindo os tão queridos que se foram, merecem ostentar os
anéis mais nobres, por serem as pessoas mais dignas, mais dóceis, mais bonitas
e humanas que conheci.
No entanto, o anel dessa família, com o seu consentimento
e o consentimento do Fernando, já foi dado a mim, por meu grande amigo José
Jorge, e eu o guardo bem guardadinho, no meu coração, para ser herdado por meus
filhos, meus netos e toda minha geração, daqui pra frente.
Deixe o anel da alegria e garra pela vida com seus
filhos, netos e todos oos seus amigos, Rosa, porque vamos precisar muito dele,
agora, sem você entre nós.
E vá com Deus, minha amiga. Ele te conduzirá para mais
perto Dele, junto dos quantos nossos estão lá, esperando por você, agora. Um
beijo e que Deus te abençoe.
Até lá,
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