quarta-feira, 30 de maio de 2012
Descomplicar
Texto atribuído
à Leila Ferreira, jornalista.
Contribuição de Lúcia Marina Galvão de Queirós
Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas:
Contribuição de Lúcia Marina Galvão de Queirós
Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas:
"DESCOMPLICAR."
Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho.
Descomplicar
talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida
que queremos - e merecemos - ter.
Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna.
Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna.
Amizades, por exemplo....
Acostumadas
a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas,
acabamos deixando as amigas em segundo plano.
E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz bem para a pele.
Para a alma, então, nem se fala.
Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.
E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio.
Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a ficar em silêncio.
Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.
Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir.
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia.
Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.
Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar.
Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.
Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza.
Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada.
Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.
Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.
E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz bem para a pele.
Para a alma, então, nem se fala.
Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.
E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio.
Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a ficar em silêncio.
Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.
Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir.
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia.
Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.
Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar.
Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.
Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza.
Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada.
Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.
Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.
E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar.
Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Brad Pitt...sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça.
E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares.
A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.
E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição.
O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites.
Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a mulher nota mil.
Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni.
Mulheres
reais são mulheres imperfeitas.
E
mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres.
Viver
não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem
(e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito
mais possível.
Se
voce puder mandar a todas as mulheres lindas e maravilhosas que fazem parte da
tua vida, mande...
e
para aqueles homens que também fazem a alegria de seus dias,( e
noites....) não hesite!
segunda-feira, 28 de maio de 2012
O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas
Texto de autoria de Ivan Martins, diretor executivo da Revista Época.
Colaboração de Lúcia Marina Galvão de Queirós
Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.
Ao ler o que eu escrevo, ela
disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas
desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem.
Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro
aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância,
decidem continuar sozinhas.
Minha prima sabe do que está
falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma
mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.
Ontem, enquanto a gente tomava
uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me
lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de
estar com elas mesmas.
“Eu gosto de cuidar do cabelo,
passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha
casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas
horas”.
Faz alguns anos, eu estava
perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia
coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira,
de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme
daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.
Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de
amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher
em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado
melhor do que andou.
Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.
A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.
A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.
Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?
A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.
Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.
Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.
Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.
Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.
Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.
Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.
A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.
A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.
Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?
A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.
Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.
Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.
Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.
Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.
Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Vamos Falar de Deus?
A EXISTÊNCIA DE DEUS
Agenor Portelli Teixeira Magalhães
Talvez meu maior sonho seja um disco
voador pousando na terra e trazendo seres extraterrestres inteligentes. Sei que
os monoteístas torcem para isso não acontecer, pois temem que as escrituras sagradas
percam sua credibilidade. Deus teria criado a terra e o ser humano com
exclusividade no nosso planeta. A existência de dois mundos habitáveis
destruiria a teoria da criação. Não é bem assim, dois mundos em paralelo, em
minha opinião, reforçariam a presença de uma força criadora divina. As
condições que propiciaram o início da vida na terra não teriam probabilidade de
ocorrer outra vez se não houvesse um método criativo.
Quando escrevi Os Gênios do Gênesis há
cerca de cinco anos, enviei o texto para meia dúzia de pastores e a alguns
amigos. Um dos pastores que o recebeu remeteu para um especialista em história
religiosa para comentar meu trabalho. Nenhum respondeu, exceto o filho de um
pastor que recusou as comparações que fiz entre a criação do mundo sob o
enfoque bíblico e o big bang da ciência. Disse ele com outras palavras que o
universo é tão perfeito que não poderia ser obra do acaso.
Passados três anos, o jurista Ives
Gandra, em artigo no JB, intitulado Fiat Lux, resumiu minha teoria comparativa
tal qual eu havia elaborado, sem reconhecer meus créditos, ou por desconhecer o
meu trabalho ou por uma coincidência incrível, já que expôs de forma tão
semelhante o meu raciocínio primordial. Mais recentemente, tornou-se comum
encontrar em artigos sobre o universo e o big bang menção a semelhanças entre a
narrativa bíblica da criação e o átomo original que desencadeou a formação do
céu, da terra, das águas, enfim do universo. Tenho o direito de acreditar que
estou formando discípulos.
O escritor e colunista do JB Fausto
Wolf, que sempre faço questão de frisar, era um comunista de primeira linha,
mas que entre um texto e outro celebrava a existência de Deus com respeito,
embora não demonstrasse claramente sua crença. Pois bem, em um dos seus últimos
escritos publicados no jornal em agosto de 2008, antes de morrer, ele faz uma
descrição da criação divina muito parecida com Os Gênios do Gênesis, considerando
que entre um feito e outro Deus dormia milhões de anos. Ao invés da formula
matemática que exprimi em torno do número místico 7, ele usou de sutileza,
debitando o intervalo homérico de tempo a um sono profundo do Criador.
Ao contrário do que muitos leigos pensam
a respeito do universo, achando que tudo já foi decifrado e explicado por
Einstein e sua teoria da relatividade, e descrito por Timothy Ferris, a verdade
é que nada sabemos sobre nós mesmos e sobre esse cosmos inexplicável. O
acelerador de partículas criado por cientistas franceses e suíços, para
confirmar a existência da partícula bóson de Higgs, deverá reproduzir as
condições existentes no cosmos um trilionésimo de segundo depois do Big Bang e vai
comprovar o que já sabemos, pelo menos eu sei: Deus é o Bóson de Higgs. Se o
bóson não surgir, como muitos cientistas torcem para não acontecer, a comprovação
da existência de Deus fica adiada até que novas teorias surjam sobre a criação
do universo.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
D'ALÉM MAR JÁ HOUVE... E D'AQUÉM, HAVERÁ TAMBÉM?
CONTRIBUIÇÃO DE TALITA BATISTA.
QUE, COMO NÓS, SEUS COMPANHEIROS NESTE
BLOG, ESTÁ LAMENTANDO E RATIFICANDO A SENSAÇÃO QUE TEMOS DE UM ESTADO
QUE SE ANULA, ENQUANTO AS INSTITUIÇÕES SE DESMORONAM.
sábado, 19 de maio de 2012
Verdade dos fatos por Reinaldo Azevedo
PULICADO EM 16 DE MAIO DE 2012, NA REVISTA VEJA.
OUTRA VISÃO SOBRE A"COMISSÃO DA VERDADE:QUANDO A
SUPOSTA DIALÉTICA DA HISTORIA VIRA DISCURSO ESQUIZOFRÊNICO" OU "A GRANDE
FALHA LÓGICA DO DISCURSO DA PRESIDENTA".
Caras e caros, de braços dados com a história e a lógica,
acho que escrevi o meu melhor texto sobre a Comissão da Verdade. Avaliem.
*
A presidente Dilma Rousseff realizou hoje a solenidade de instalação da dita “Comissão da Verdade” (ver post anterior). Escrevi nesta manhã um longo texto a respeito. Também a mim não me moveu o revanchismo! Até porque tomei algumas bordoadas na luta pela redemocratização do país e tive de aguentar um “agente do regime” no meu pé quando tinha meros 16 anos… Não fui torturado como Dilma nem me tornei o burguês das lutas alheias, como o companheiro “ApeDELTA”, que nunca sofreu, felizmente, um arranhão, embora receba pensão permanente por ter sido “molestado” pela ditadura. A grana deve andar, aí, em torno de R$ 6 mil por mês. Continuo o apaixonado de sempre pelos fatos — aos 16, a minha perspectiva era certamente outra, mas já me incomodava a ideia de que o Estado pudesse sufocar os indivíduos com as suas verdades, a despeito dos… fatos! Por isso me fiz, vamos dizer assim, um “rebelde”. Por isso continuo, vamos dizer assim, um “rebelde”.
*
A presidente Dilma Rousseff realizou hoje a solenidade de instalação da dita “Comissão da Verdade” (ver post anterior). Escrevi nesta manhã um longo texto a respeito. Também a mim não me moveu o revanchismo! Até porque tomei algumas bordoadas na luta pela redemocratização do país e tive de aguentar um “agente do regime” no meu pé quando tinha meros 16 anos… Não fui torturado como Dilma nem me tornei o burguês das lutas alheias, como o companheiro “ApeDELTA”, que nunca sofreu, felizmente, um arranhão, embora receba pensão permanente por ter sido “molestado” pela ditadura. A grana deve andar, aí, em torno de R$ 6 mil por mês. Continuo o apaixonado de sempre pelos fatos — aos 16, a minha perspectiva era certamente outra, mas já me incomodava a ideia de que o Estado pudesse sufocar os indivíduos com as suas verdades, a despeito dos… fatos! Por isso me fiz, vamos dizer assim, um “rebelde”. Por isso continuo, vamos dizer assim, um “rebelde”.
Eu me dei conta esses dias de que fui crítico, a cada
hora numa trincheira, de todos os governos de Geisel pra cá. E, hoje, costumo
bater boca, ainda que indiretamente, com sumidades que apoiaram todos os
governos — de Geisel pra cá!!! São mais inteligentes do que eu, claro! O
“progressismo” já fez verdadeiros milionários no Brasil. Fui de esquerda quando
dava prejuízo. Deixei de sê-lo quando passou a dar lucro! Sujeito burro!!!
Sim, o tempo foi me convencendo, e já há muito é uma
convicção da qual não abro mão, de que a democracia é mesmo o pior regime de
governo possível, com a exceção de todos os outros, como disse aquele do uísque
com charuto… Não é o modelo perfeito, mas é o que permite, ao menos, tratar as
diferenças sem ter de avançar no pescoço alheio. Na democracia, “pacta sunt
servanda“. E fim de papo! Vale o combinado. Os acordos têm de ser cumpridos. Os
contratos não podem ser desrespeitados.
É o contrário do que pensa boa parte — se é que não se
fala da totalidade — das esquerdas. Costumam apelar à chamada “dialética da
história” para sustentar que leis, mesmo democraticamente instituídas, podem e
devem ser desrespeitadas se essa for “a vontade da sociedade”. Chamam de
“vontade da sociedade” a pauta que elas próprias definem. Dos 16 aos, mais ou
menos, 21, também cheguei a acreditar nisso. Quando descobri que era a porta de
entrada de todos os males do mundo; quando me dei conta de que essa perspectiva
correspondia à morte do humanismo — à medida que ela não comporta qualquer
princípio inegociável —, caí fora! Constatei que se tratava de um mal superior
àqueles outros que eu combatia (e que continuo a combater) porque, em nome da
resistência e de um mundo alternativo, então tudo era possível. Se me era dado
combater o que considerava “imoralidade alheia” com a ausência da moral (coisa
de “burgueses”), então a diferença entre “nós” e “eles” é que o mal que
preconizávamos não tinha limites. A nossa vantagem comparativa estava em
surpreendê-los usando seus métodos detestáveis e indo muito além. É claro que
passei a repudiar essa visão de mundo de modo absoluto.
Pois bem. Dilma instalou nesta quarta a Comissão da
Verdade. Negou a perspectiva revanchista, embora as declarações de pelo menos
três membros do grupo — Maria Rosa Cardoso da Cunha, Paulo Sérgio Pinheiro e
Maria Rita Kehl — afrontem de forma clara o texto da lei. Dizem com todas as
letras — e contra a letra legal, reitero — que o objetivo da comissão é apurar
as transgressões aos direitos cometidas apenas por um dos lados. A Comissão da
Verdade não reconheceria (e não reconhecerá), assim, as mais de 120 vítimas que
as esquerdas também fizeram no país. É mentira, mentira absoluta, que toda a
cadeia de comando que resultou nessas mortes tenha sido identificada. Ao
contrário até: assassinos notórios, ou seus partidários, passaram a receber,
diretamente ou por meio de familiares, indenização do estado. Não adianta me xingar,
me ofender, nada disso. Se puderem, neguem a evidência. Se não puderem, tenham
ao menos a coragem de defender que alguns são maus assassinos, e outros, bons
assassinos.
No discurso de instalação da comissão, afirmou a
presidente:
“Ao instalar a Comissão Nacional da Verdade, não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de forma diferente do que aconteceu, e sim a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem vetos. É a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando um caminho da democracia. O Brasil deve render homenagens a mulheres e homens que lutaram pela revelação da verdade histórica. O direito à verdade é tão sagrado quanto o direito de famílias de prantear pelos seus entes queridos. Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado e também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
“Ao instalar a Comissão Nacional da Verdade, não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de forma diferente do que aconteceu, e sim a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem vetos. É a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando um caminho da democracia. O Brasil deve render homenagens a mulheres e homens que lutaram pela revelação da verdade histórica. O direito à verdade é tão sagrado quanto o direito de famílias de prantear pelos seus entes queridos. Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado e também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
Parece bom, mas é a esquizofrenia histórica se fingindo
de dialética. Se é mesmo uma história “sem ocultamentos”, então a verdade sobre
alguns grupos tratados como defensores da democracia tem de ser devidamente
caracterizada. Não é possível que organizações como Colina, VPR e VAR-Palmares,
que a presidente conhece muito bem, sejam alçadas à condição de heroínas do
regime democrático. Atenção! Nada, nada mesmo, justifica que um agente do
estado resolvesse fazer “justiça” com as próprias mãos! Condenar esse
expediente, no entanto, não muda a convicção daqueles que queriam uma ditadura
socialista no Brasil. E, em nome disso, também mataram. Se a inocência não era
um limite para os torturadores e agentes dos porões, foi, por acaso, limite
para muitos daqueles militantes?
Dilma diz reverenciar os que “lutaram contra a
truculência legal”. Certo! Quando Larmarca, volto ao caso, esmagou o crânio de
um tenente da Polícia Militar, depois de um “julgamento” feito no meio do mato
por seus pares de terror, ele estava lutando “contra a truculência legal”?
Quando uma associação de grupos de esquerda decidiu jogar um carro-bomba contra
um quartel, fazendo em pedaços um jovem de 18 anos — Mário Kozel Filho —,
tratava-se tal ação de “luta contra a truculência legal”? Quando os próprios
esquerdistas assassinaram alguns dos seus, suspeitos de colaboracionismo, era “luta
contra a truculência legal”?
A linguagem trai
Como é mesmo? As palavras fazem sentido!!! A gramática existe não apenas para expor a ignorância do JEG. Também é um instrumento para aclarar pensamentos. Prestem atenção a este trecho da fala da presidente:
“Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado e também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
Como é mesmo? As palavras fazem sentido!!! A gramática existe não apenas para expor a ignorância do JEG. Também é um instrumento para aclarar pensamentos. Prestem atenção a este trecho da fala da presidente:
“Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado e também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
Sabem os gramáticos — e preciso sempre tomar cuidado
porque tenho um dos melhores entre meus leitores, Luiz Antônio Sacconi, dono de
vastíssima obra na área — que a conjunção aditiva “e” pode ser empregada como
conjunção adversativa, pode valer por um “mas”, a exemplo do que faz Dilma. Sua
fala pode ser reescrita assim, sem que mude o sentido do que disse:
“Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado, mas também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
“Reverencio os que lutaram contra a truculência ilegal do estado, mas também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram à redemocratização”.
Resta evidente em sua peroração a existência de uma
contradição entre “os que lutaram contra a truculência” e “os pactos políticos
que nos levaram à redemocratização”. Ao optar por esse discurso, ela se revela
e se trai também na esfera da linguagem. Ela se revela ao admitir que entende a
Lei da Anistia como algo que caminhou no sentido contrário aos interesses
daqueles supostos heróis “que lutaram contra a truculência”. Mas ela também se
trai ao assumir que, satisfeita a visão de mundo daquela turma, certamente não
se alcançariam os “pactos políticos que nos levaram à redemocratização”. Vale
dizer, por dedução lógica inescapável: se a Lei da Anistia era incompatível com
aquela turma, aquela turma era incompatível com a Lei da Anistia.
Não posso fazer nada: eu opero com categorias lógicas. Eu
me nego a me deixar enrolar pela retórica oca, pela grandiloquência do…
ocultamento!
Algum retórico do Planalto emprestou um coquetel de
figuras de linguagem à presidente, que afirmou:
“A ignorância sobre a história não pacifica. Pelo contrário, mantém latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda a apaziguar. O Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade. Merecem a verdade factual também aqueles que perderam amigos e parentes. O Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade de sua história. Se tem filhos sem pais, túmulos sem corpos, nunca pode existir uma história sem voz”.
“A ignorância sobre a história não pacifica. Pelo contrário, mantém latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda a apaziguar. O Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade. Merecem a verdade factual também aqueles que perderam amigos e parentes. O Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade de sua história. Se tem filhos sem pais, túmulos sem corpos, nunca pode existir uma história sem voz”.
Perfeito! Se é o Brasil pacificado que instala essa
“Comissão da Verdade”, então, por definição, toda a verdade tem de ser contada,
também a das vítimas dos grupos terroristas — ainda que a “comissão” queira
chamá-los “revolucionários” ou “amantes da democracia” (o que é mentira!). À
diferença do que dizem os petralhas, aceito, sim, pontos de vista diferentes
dos meus. Desde que se apontem as falhas lógicas ou as falsidades deste texto.
Quando falar é agredir
Há opiniões discrepantes em relação às pessoas que são muito cuidadosas e delicadas quando expressam seu ponto de vista especialmente sobre temas polêmicos. Alguns as julgam falsas e hipócritas, pois escolhem as palavras com o intuito de agradar o interlocutor. Resultado: desconfia-se de sua sinceridade. Outros, porém, pensam de forma diferente. Acham que são espíritos mais atentos, preocupados em não ser invasivos e grosseiros. Tomam cuidado, sim, porque não gostariam, em hipótese alguma, de magoar a pessoa com a qual estão conversando.
Pode parecer também que o tipo mais espontâneo e sincero é mais veemente na defesa de suas idéias, enquanto o mais delicado tem menos interesse em fazer prevalecer seu ponto de vista, ficando sempre “em cima do muro”. Embora muitas vezes tais considerações sejam verdadeiras, penso que não é tão simples fazer a avaliação da conduta mais adequada. Esse assunto não só envolve questões morais, mas diz respeito à eficácia da comunicação entre as pessoas.
Sob o aspecto moral, a preocupação com o outro se impõe sempre. Ser honestos e sinceros não nos dá o direito de dizer tudo que pensamos. A franqueza pode ser prejudicial. Por exemplo, se uma pessoa, ao encontrar um amigo de rosto abatido, falar: “Puxa, como você está pálido! Até parece doente”, estará sendo sincera, mas tremendamente insensível. A verdade não subtrai o caráter agressivo da afirmação; pelo contrário o acentua. Na prática, acredito que uma boa forma de avaliar uma ação é pelo resultado. Se o efeito for destrutivo, a ação será nociva, independentemente da “boa intenção” daquele que a praticou.
A tese de que devemos falar tudo o que pensamos é ainda mais indefensável quando o objetivo é facilitar o entendimento e a comunicação. Indiscutivelmente o ser humano é vaidoso e, se se sentir ofendido por alguma palavra ou atitude do outro, acabará desenvolvendo uma postura negativa em relação a essa pessoa. Se alguém iniciar uma frase com expressões do tipo “Você não percebe nada”, “Qualquer idiota é capaz de compreender que...”, elas provocarão uma espécie de surdez imediata. Não ouviremos o resto do argumento ou então o ouviremos com o intuito de encontrar bons raciocínios para derrubá-lo.
Quando a gente se expressa, é preciso ter extremo cuidado com as palavras, pois elas atingem positiva ou negativamente o interlocutor. No processo de comunicação, a recepção é tão importante quanto a emissão dos sinais. Temos que nos lembrar disso se quisermos agir de modo construtivo para nós e para os demais. O descaso pelo “receptor” indica desrespeito moral e agressividade (voluntária ou não). Há pessoas que só têm interesse em mostrar como são perspicazes e brilhantes. Querem ficar por cima. Querem ensinar e não aprender. Despertam raiva, não admiração, pois a arte de seduzir caminha exatamente na direção oposta. Um homem (ou uma mulher) atraente faz o outro se sentir bonito, legal e inteligente. Prefere dar atenção a repetir o tempo todo “Como sou bárbaro e maravilhoso”.
Qual a pessoa que gosta de se aproximar de alguém cujo objetivo principal e a autopromoção constante? Quem atura discursos intermináveis baseados num narcisismo oco? Praticamente ninguém. O descaso pelo interlocutor é, a meu ver, fruto de um individualismo acirrado e oculta o desejo inconsciente de se dar mal na vida.
O Liceu do Meu Tempo
O tempo em que minha geração
estudou no Liceu de Humanidades de Campos foi o dos anos sessenta, período
marcado por importantes acontecimentos na vida nacional e pela fase mais
saudosa de nossa juventude.
No início da década de sessenta, o
governo de Juscelino Kubitschek realizava transformações de grande alcance na
área econômica. A fundação de Brasília, como a nova capital do país,
representou um plano ambicioso e ousado, gerando contundentes críticas pelo
endividamento e pela transferência estratégica do foco do poder para a região
central do país. Contudo, a obra majestosa de Oscar Niemeyer continua
ostentando do alto do planalto novos conceitos e formas de beleza na
arquitetura moderna.
Em Campos dos Goytacazes, o
conjunto histórico arquitetônico formado pelo Liceu, pelo Fórum e pela Vila
Maria, representando um passado de poder e riqueza, era um dos mais apreciados
locais da cidade. Entre esses prédios, um jardim bucólico, sem grades, com
coretos e bancos pitorescos, acolhia os namorados que passeavam sob a sombra
das palmeiras imperiais.
Vivíamos uma época de romantismo
nos bailes glamourosos do Automóvel Clube e do Saldanha da Gama, nas serenatas
às janelas das moças enamoradas e nos hi-fi
domingueiros das casas de famílias. Tudo embalado pelo sabor de cuba-libre e do
piano de Anoeli tocando Imagine, de
John Lenon, e Com açúcar e com afeto,
de Chico Buarque.
A eleição de Jânio Quadros, em
1961, para a presidência da República, agitou o cotidiano da população, que se
empolgava pelo seu carisma e confiava nas suas promessas de que varreria a
corrupção do país.
Poucos meses depois, a renúncia de
Jânio Quadros gerou uma crise política. Em Campos, os homens discutiam a
situação política do país em pequenos grupos no centro, na chamada Rua dos
Homens em Pé.
Assumiu o vice-presidente João
Goulart, num clima de hostilidade e crescente desgaste do seu governo.
Na Rua dos Homens em Pé, a conversa
nas rodinhas eram inflamadas.
Os adolescentes viviam em outro
mundo. Depois de ser aprovado no Exame de Admissão para o Liceu, a segunda
vitória era vestir o uniforme e entrar pela primeira vez no colégio que tinha
padrão de excelência, só comparado ao Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
A Parada de Bichos era um evento
criado por alunos de gerações passadas e que se repetia anualmente, quando os
alunos veteranos aplicavam os mais inusitados trotes nos calouros. Funcionava
como uma espécie de batismo. Depois de passar pelo calvário do trote, podia-se
então ser considerado um liceísta. Pintados e sujos, os calouros desfilavam
pelos quarteirões das redondezas do Liceu.
A formação que recebíamos no Liceu
seria para o resto de nossas vidas um alicerce seguro. Quem há de esquecer
daqueles professores e de suas aulas? As
de Português, do simpático Prof. Roberto Wilson Fernandes e da competente Prof.
Ariema; as de Inglês, da elegante Prof. Leda Diniz; as de História, da
brilhante Prof. Maria Rita e da rigorosa Prof. Marina; as de Ciência, da
mãezona Prof. Evangelina Guedes; as de Matemática, da inteligente Prof. Isa
Sodré e as de tantos outros ilustres mestres do Liceu daquele tempo
inesquecível, quando não havia internet
e nós saciávamos nossa sede de saber através dos livros e das enciclopédias.
Quando tocava a campainha do
intervalo para o recreio, dirigíamos para o Jardim do Liceu e ali dávamos vazão
às fantasias, iniciávamos os namoros e os flertes. Ao término das aulas,
retornávamos para casa com a mente fervilhando de conhecimentos e o coração
pulsando de paixão. Pegávamos o lotação e íamos todos juntos rindo e cantando
as músicas das paradas de sucesso: Calhambeque,
de Roberto Carlos, Toma um banho de lua,
de Cely Campelo...
À tarde, muitos de nós, voltávamos
para os ensaios do Coral Juca Chagas, sob a direção da notável maestrina
Alcídia Perez Pia e do Conjunto de Percussão Dora Pinto, sob a direção da
querida maestrina Evany Medina.
O ensino do Liceu aliava o
conhecimento teórico e a prática em laboratórios à aprendizagem através da arte
e da cultura. No Coral de D. Alcídia e no Conjunto de Dona Evany, deixávamos
aflorar a emoção. Através do mundo encantado da música e do folclore
brasileiro, entramos em contacto com as fascinantes obras de Chiquinha Gonzaga,
Villa-Lobos, Ary Barroso e outros. De posse de suas batutas, as professoras -
maestras mais pareciam fadas regendo com varinhas de condão os nossos sonhos e
fantasias. Elas abriram um horizonte ainda mais amplo em nossas vidas e os
repertórios musicais, tantas vezes apresentados em ocasiões especiais, fazem
parte até hoje de nossa memória afetivo-musical, onde ressoam: “Os negros trouxeram de longe...”
Em 1962, a seleção brasileira de
futebol proporcionou ao Brasil a vitória da Copa do Mundo, fazendo com que
milhões de corações explodissem de euforia com o bicampeonato. Uma carreata
colorida de verde e amarelo percorreu as ruas de nossa cidade e os campistas
saíram às ruas para externar, entre sons de buzina e de fogos, a alegria de ser
brasileiro.
Em 1964, um golpe militar depôs o
Presidente João Goulart e a partir de então se instalou no país um regime
ditatorial que deixou profundas chagas na vida nacional durante duas décadas.
Censura, prisões, tortura, repressão e exílio passaram a rondar como espectros
no dia-a-dia dos cidadãos brasileiros.
Na nossa pacata Campos, os homens
na Rua dos Homens em Pé silenciavam as suas opiniões acerca da política. As
vozes emudeceram e as consciências anestesiadas pelo medo refugiaram-se na
clandestinidade.
Enquanto nos grandes centros
urbanos do país os estudantes liderados pela UNE protestavam em comícios contra
a ditadura, nós, os jovens liceístas de Campos apenas recebíamos notícias vagas
e distantes daquela realidade através da imprensa amordaçada. A nossa
agremiação estudantil _ a LAECE, não tinha ainda uma participação efetiva nas
questões políticas.
Alheios aos acontecimentos
políticos, sentíamo-nos seguros e protegidos contra turbulências externas no
nosso Liceu sob a direção de Dr. João da Hora, sempre bonachão, em seu
costumeiro terno branco, recebendo os alunos diariamente com um sorriso e uma
palavra carinhosa. Tacinho, o coordenador de disciplina, mais zelava pelos
alunos do que os disciplinava. Lívio Tavares cuidava da portaria e ali reinavam
a liberdade e a paz. Com a morte do estimado diretor, assumiu a direção o Prof.
Paes da Cunha que manteve o mesmo ambiente de harmonia e respeito entre todos.
Sua gestão dinâmica trouxe para o colégio importantes melhoramentos, mas jamais
o Liceu perdeu sua filosofia humanitária e libertária.
Nos desfiles de 7 de setembro, o
Liceu era a escola mais esperada pela população que se aglomerava atrás do
cordão de isolamento da Av. Alberto Torres. Nosso destaque não era apenas pela
afinada banda marcial, nem pela cadência bem ensaiada da marcha dos alunos em
uniforme de gala e nem pela galhardia dos pelotões da cavalaria, das bicicletas
e das bandeiras. Nós nos destacávamos dentre todos porque marchávamos com
orgulho de sermos liceístas.
No antigo Solar do Barão da Lagoa
Dourada era possível sonhar naqueles tempos ainda que fossem anos de chumbo lá
fora. Na segunda metade da década de sessenta, tomamos rumos diversos. Alguns
alunos permaneceram cursando o Clássico ou o Científico, outros ingressaram no
Curso Normal do Instituto de Educação. A separação dos colegas e do amado
colégio foi cruel e irremediável. Seguimos nossas vidas em outras instituições,
em cidades e estados diferentes, carregando em nosso íntimo a certeza de que
nada seria como o Liceu.
Passados cinquenta anos, dispersos
por esse país gigantesco, a geração de sessenta, sequiosa de um reencontro como
este, traz ainda, e para sempre, na retina, lembranças dos seus doze, treze,
quatorze e quinze anos de idade passados nas salas de aula, no salão nobre, no
mirante, no pátio e nos corredores do antigo casarão transformado em templo do
saber. Mas, sobretudo, os sessentões de hoje trazem em seus corações um
sentimento único que não tem nome nos dicionários – o liceísmo. Este
sentimento se revela nas estrelas que há nos olhos daqueles que foram ou são
liceístas e no Hino ao Liceu, de autoria de Alcídia Perez Pia:
“Na planície
goitacá
De tão grande
tradição
Representa o
Liceu
um padrão na
educação
Liceístas,
sempre avante
Pela glória do
Liceu
Que evocamos com
orgulho
Ó Liceu! Liceu!
Liceu!
Grandes vultos o
Liceu
Ao Brasil já
pode dar
São exemplos a
seguir
Para nossa terra
honrar
Entoemos com
amor
Nosso hino ao
Liceu
Por aquilo que
fará
Pelo muito que
já deu”.
Vera
Lucia Magalhães de Araujo
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Crônica da Vida Real
CUMPADRE ANTÔNIO
Agenor Portelli Teixeira
Magalhães
Certo dia ele apareceu na
chácara oferecendo-se para capinar. Rosto chupado, pele clara amarelada e
curtida de sol, barba sempre por fazer, cabelos negros e lisos, empastados de
suor, calças enroladas nas canelas, cheias de remendo, pés descalços, mãos
calosas e um bigode que ocupava todo o lábio superior, um sinal de dignidade.
Idade incerta, pois não tinha registro de nascimento.
Preço
acertado, barato por sinal, prazo combinado e lá começou o serviço o Seu
Antônio, conforme o chamávamos de início. Atencioso, pacato, respeitador,
gostava de enrolar um papo e puxava conversa à toa. Bastava aparecer alguém
disponível, descansava a enxada debaixo do sovaco e começava a contar alguns
casos desinteressantes. Era um caipira e analfabeto por herança. Encerrado o
papo, ele cuspia nas mãos calosas e reiniciava o serviço. Quando queria, pegava
firme na ferramenta e a capina desandava. Vez por outra, quase sempre, estava
lá Seu Antônio junto da moringa de barro à sombra da mangueira, mascando seu
fumo de rolo ordinário e limando o corte da enxada que não acabava mais.
Ficamos sabendo que tinha três filhos, todos pequenos e não dava nem 10 meses
de diferença de idade entre eles. A mulher pegava firme no batente e dava conta
como ela só da lavagem de roupa para fora. Estava de barriga cheia novamente e
iria parir em mais 2 meses.
Os agrados do Seu Antônio foram cativando o meu pai
e mais serviço foi aparecendo, a manutenção do pomar, novas plantas e alguns
serviços de pedreiro que o velho ia lhe ensinando. Aos poucos ia aprendendo a
usar uma ferramenta ou outra de mais precisão, como o serrote, o martelo, entre
a escavação de uns buracos e os cortes de galhos de árvores.
Quando nasceu a criança, um menino, meu pai fez-lhe
a primeira visita e constatou a miséria geral em que vivia Seu Antônio, a
mulher e agora as 4 crianças. Nem era preciso dizer que papai ganhou um
afilhado. Desse dia em diante, passaram a se chamar de cumpadre. Era cumpadre
prá lá, cumpadre prá cá, tratamento que começou a irritar meus avós, moradores
da chácara. O cumpadre acabou virando empregado permanente, com direito a
salário. Fim de mês, meu pai dava sempre algo mais, para reforçar o rancho das
crianças, quando não raro mandava mantimentos. Qual nada, o dinheiro extra não
entrava na casa miserável, ia tudo na danada da cachaça do cumpadre. Papai
então resolveu assumir Seu Antônio, fez umas adaptações num barraco de
alvenaria que servira durante algum tempo de galinheiro e o levou para lá, com
família e tudo, que era nada. Um fogão a lenha e uma instalação sanitária foram
providenciados. De amigo e caseiro acabou entrando para a família. E o cumpadre
levou junto o seu hábito arraigado de jogar todo o minguado dinheiro na malvada
cachaça do seu Monteiro.
As crianças viviam barrigudinhas, com o verme no
corpo, misturadas que andavam com cães vira-latas e as galinhas caipiras que
ciscavam o terreno em volta do barracão.
Certo dia, papai achou que era hora de consertar a
vida do cumpadre. Para curá-lo do alcoolismo nada melhor do que apresentá-lo a
Jesus Cristo. E levou-o a freqüentar a
igreja Adventista. O cumpadre deixou de trabalhar aos sábados, o que fez com
grande satisfação, coisa que também já não fazia aos domingos, com todo o
direito.
Todos os sábados pela manhã e aos domingos e
quartas-feiras à noite o cumpadre freqüentava os cultos, curtindo o terno
engole ele paletó, que meu pai lhe dera de segunda mão. Meu pai apresentava-o
aos irmãos da congregação, ressaltando o notável feito da conversão do cumpadre
em Jesus como seu Salvador. Foi uma festa quando o cumpadre e a Maria passaram
pelo tanque batismal. Os tempos de bebida já se iam e uma nova vida estava à
espera do cumpadre. Seu aspecto exterior realmente era outro, a gravata veio
aumentar-lhe a dignidade do bigode, embora ele mesmo não soubesse disso. A
Bíblia debaixo do braço o tornava respeitado e importante. Não importava que
fosse analfabeto e que usasse a Bíblia de cabeça para baixo, importante era o
símbolo do crente estampado em seu rosto.
Essa convivência muito próxima e íntima começou a
revelar os defeitos mais acentuados do cumpadre. Meu avô começou a embirrar com
ele e sempre tinha coisas a censurar. Saltava a olhos vistos o ciúme que ele
tinha da atenção que meu pai devotava ao cumpadre e a sua mais nova família.
Afinal, não passava de um mero empregado, criticava o meu avô.
Malandro, o cumpadre puxava o saco quanto mais podia
de papai, que o via a cada dia que passava como um injustiçado e alvo das
implicâncias e rabugices do meu avô. Vai daí que vovô começou a notar que
estavam sumindo ferramentas da chácara. Nisso, vovô era um especialista, ele
sabia cada ferramenta que existia e onde ficava guardada, não fosse ele o
responsável por zelar pelas mesmas. Azar do cumpadre. Deduzira que seu Antônio,
- negava-se a chamá-lo de cumpadre como todos os demais-, estava vendendo as
ferramentas para comprar cachaça. Uma indignidade que vovô estava fazendo,
reclamava papai. Uma injúria imperdoável, o cumpadre um novo homem em Jesus seria
incapaz de cometer tais pecados: furtar para tomar cachaça.
Um dia a corda arrebentou. E do lado mais fraco, é
óbvio. Meu pai chamou o cumpadre para um colóquio muito constrangedor e disse
que lamentava muito, mas o seu Lucrécio estava velho e ele como filho não
queria dar nenhum desgosto e estava impossível eles continuarem vivendo quase
que no mesmo teto. Abraçaram-se e a emoção se revelou nas pequenas lágrimas que
brotaram nos olhos de ambos e que procuravam esconder um do outro. Ia sem mágoa
do seu Bocrécio (era assim que o cumpadre conseguia soletrar o nome do meu
avô). O cumpadre mudou-se com armas e bagagens, literalmente, pois meu pai deu
de presente para selar a amizade eterna uma espingarda de cano simples, calibre
28. Alojou-se em um casebre, lá do outro
lado do canavial; mudou-se de emprego, se é que arranjou algum.
Passaram-se os dias e papai vivia acabrunhado com a
ausência e a falta de notícias do cumpadre. Na igreja nunca mais apareceu. Até
que certo dia a Maria apareceu com a notícia: o cumpadre amanhecera duro como
uma pedra. Disse isso sem nenhuma emoção, porque emoção era o que menos se pode
esperar após uma existência ordinária. Em seguida ao choque o meu pai correu
para lá. Encontrou as crianças brincando em volta do casebre, indiferentes e
ignorantes do drama que se passava sob aquele teto tosco, coberto de sapé.
Sobre a cama improvisada com tábuas velhas e carcomidas, apoiadas em tijolos, a
figura esquelética do cumpadre jazia de lado, encolhida em posição fetal,
talvez a última tentativa de apagar sua triste trajetória na vida. Jamais saberemos o que ele achava da vida, o
que representava a família, pois nunca pudemos perceber nele qualquer tipo de
ambição. Coitado do Cumpadre! Cheio de cana e subnutrido não conseguiu suportar
o frio. Os parcos farrapos mal davam para cobrir os filhos pequenos. Chamado o
rabecão, uma dificuldade se apresentou: como trazer o corpo lá do meio do
canavial, se o acesso era uma pequena trilha por onde só se passava a pé. Era
muito distante para transportar o defunto no caixão quando faltavam braços para
vencer a longa distância. Meu pai foi então ao seu Monteiro e expôs-lhe a
situação. O seu Monteiro colocou à disposição o entregador de pão com sua
bicicleta de bagageiro frontal. E foi dentro do bagageiro da bicicleta que
aportou no Capão, saído do canavial, o corpo do Cumpadre, sentado e amarrado
como se vivo estivesse, pronto para cumprir o ritual dos mortos.
Lembro-me que durante muito tempo papai viveu
macambúzio, amargurado e remoendo-se com o sentimento de culpa pela morte
desgraçada do Cumpadre. Quanto à Maria e suas crianças nunca mais ouvimos
falar.
O Professor Sérgio Diniz e a Universidade Candido Mendes
Leciono,
há treze anos, na Universidade Candido Mendes. Tenho o maior carinho, admiração
e respeito por essa instituição, pelo ambiente de alto nível que se mantém ali,
em todos os setores de seu funcionamento.
Durante
esse período, passei por muitas experiências marcantes e até dolorosas, na
minha vida particular. Mas a Candido Mendes sempre esteve presente e me
servindo de apoio, assim como também procuro dedicar a ela o melhor de mim, em
termos profissionais.
Tive
meus primeiros contatos, diretos e pessoais, com o Professor Sérgio Diniz, dentro
desta instituição. Antes, só ouvia falar nesse professor, nesse homem e nesse
político, como qualquer pessoa da nossa cidade, já que foi um homem público e,
portanto, conhecido de muitos.
Quero
dizer que, desde a primeira vez que nos deparamos, tivemos uma relação de
admiração, por sua simpatia, educação e simplicidade. Coisa de um sábio, como
ele sempre foi. À medida que o tempo foi solidificando essa nossa amizade,
minha admiração foi crescendo, porque fui tendo oportunidade de perceber o
quanto ele era generoso, humano, bem-intencionado e muito honesto.
Destacava-se
das demais pessoas, exatamente por ter essas características peculiares, em
todas as etapas de sua vida. Foi um excelente aluno, na Universidade Candido
Mendes, no Rio de Janeiro, notabilizando-se tanto que passou a ter um contato
direto e gozar de prestígio, junto a Sua Magnificência, o Reitor Candido
Mendes.
Sempre
foi um homem de vanguarda, pois podemos dizer que foi um precursor, ao levantar
argumentos e defender a ideia de descentralização, junto do Reitor da Candido
Mendes, lutando por sua interiorização, especificamente no Município de Campos,
já que se constitui no maior município do Estado do Rio, em extensão
territorial. A ele devemos, portanto, a vinda dos primeiros cursos superiores
de Administração, Ciências Contábeis e Economia, em 1976, na nossa cidade.
Inovou
na Política, ao tentar acompanhá-la, naquilo que as urgentes questões materiais
se impõem, ligadas ao Bem Comum e, ao mesmo tempo, experimentar uma vida
pessoal, de modo íntegro, cristão e dignificante. Prova disso foi o modelo de
esposo e de pai que sempre testemunhou.
Imprimiu
em seus filhos, assim como nos seus alunos e seus colegas, sua singular marca,
de um profissional sério. Quero reforçar, aqui, aquilo que já lhe disse, com
relação ao seu filho Rafael, também fruto de nossa formação, já que foi nosso
aluno. Considero-o um jovem responsável, educado, simpático, solícito e
carismático, como o pai, portanto, capaz de levar adiante o projeto político
que a vida não lhe oportunizou, se assim ele se propuser. Seria uma forma de
perpetuar seu ideal, através deste filho, no meu modo de ver e torcer.
O
próprio ambiente institucional se empobrecerá sem a sua presença, ímpar,
queridíssima por todos, desde o funcionário mais humilde, passando pelos
funcionários, professores, coordenadores, até o diretor desta casa. Estamos
órfãos do seu sorriso, do seu carinho, do seu jeitinho simples de nos abraçar e
nos fazer sentir amados.
Sua
saída, percebida por todos nós, quando a Candido Mendes, chocada e sofrida com
a sua partida, abriu suas portas para a cerimônia fúnebre, que antecedeu ao seu
sepultamento, aponta para a humanização, ainda maior entre seus membros, diante
dessa vida tão compartimentalizada em que vivemos. O choque de sua morte nos
abateu de tal forma que fez essa instituição parar de funcionar, por algum
tempo, com a certeza de que vai modificar sua forma de seguir adiante.
Diante
dessa realidade inexorável, deixamos de ver os professores trocando seus
saberes cognitivos, os funcionários cumprindo seus respectivos papéis, para vermos,
unidos numa tristeza que irmanou a todos nós, uma humanização nunca presenciada
entre seus colegas. Foi muito bom essa despedida do nosso querido e admirado amigo
ser nesta instituição. Com certeza, ele ainda tinha mais essa lição para nos
dar, aqui dentro.
Deixou,
portanto, um legado invejável pra todos nós e para outras gerações, que por esta
instituição passarão. Por tudo isso, quero, em meu nome e em nome de todos os
seus colegas, reverenciar e agradecer a Deus pelo privilégio de termos tido o
professor Sérgio Diniz entre nós.
Parabéns,
pelo exemplo que deu com sua vida, pelo que fez por nossa instituição e nossos
agradecimentos à sua linda família, pela compreensão, pelo tempo de seu
afastamento, enquanto estava conosco.
Talita Tavares Batista Amaral de Souza
- Professora da UCAM/Campos -
quarta-feira, 16 de maio de 2012
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