Texto escrito por Jorge
Bucay – Psicodramatista, escritor
argentino e Gestalt-terapeuta nascido em Buenos Aires em 1949 em uma
família modesta no bairro da Floresta, ele se formou como médico em 1973 na
Universidade de Buenos Aires, especializado em doenças mentais no serviço
de ligação do hospital Pirovano, de Buenos Aires e da clínica Santa Mônica.
É psicoterapeuta de casais e adultos e atualmente, seu trabalho como ajuda
profissional, como ele define, é dividido entre as suas conferências de
ensino terapêutico, que emite vários anos viajando pelo mundo, e da
divulgação de seus livros em ferramentas terapêuticas do autor.
Quem
é o seu amante?
Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um.
Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente, são essas últimas que vêm ao meu consultório, para me contar
que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia,
pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem
perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver
e que não sabem como ocupar seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão
simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros
consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
“Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento.
Assim, após escutá-las
atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum antidepressivo;
digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!
É impressionante ver a expressão dos olhos
delas ao receberem meu conselho.
Há as que pensam:
“Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas”?
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se
despedem e não voltam nunca mais.
Para aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico
o seguinte:
“AMANTE é aquilo que nos apaixona; é o que toma conta do nosso
pensamento antes de pegarmos no sono; é também aquilo que, às vezes, nos
impede de dormir.
O nosso “AMANTE ” é aquilo
que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta.
É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso ”AMANTE”
em nosso parceiro.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na
música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender
espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do
passatempo predileto…
Enfim, é “alguém” ou “algo” que
nos faz “namorar a vida” e nos afasta do triste destino de ir levando.
E o que é “ir levando”?
Ir levando é ter medo de
viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela
pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios
multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado
cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o
frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se
contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar
algo amanhã.
Por favor, não se contente com “ir levando”… Seja também um amante e um protagonista DA SUA VIDA!
Acredite:
O trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu
de ninguém.
O trágico é desistir de viver…
Por isso, e sem mais delongas, procure algo para amar…
A psicologia, após estudar
muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE
JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA
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Identifiquei-me com esse texto, já que procuro sempre me apaixonar pelas coisas da vida, assim como não sofrer muito, relativizando o lado pesado da nossa existência.
ResponderExcluirSinto-me feliz sempre que consigo colocar isso em prática e desejo isso a todos vocês, amigos.
Talita.
Talita,
ExcluirAmei o que disse. A vida está aí para ser vivida plenamente como a gente se sente feliz.
Aos fofoqueiros de plantãos, as batatas!!!!
Lucia Marina