Texto escrito por Luiz Magalhães
A viticultura é o cultivo da
videira, dependendo de uma série de fatores genéticos, geoclimáticos e
fitossanitários. Já a vinicultura é a ciência da transformação da uva em vinho.
Houve tempo em que as uvas eram esmagadas em "lagar" com os pés de
moças virgens e bonitas, sendo que esse ritual ainda é preservado em muitos
países, inclusive, no sul do Brasil.
Atualmente, o esmagamento é feito
mecanicamente por prensagem ou centrifugação. Poucos países estão usando a
maceração carbônica em atmosfera de gás carbônico, onde ocorre a fermentação
intracelular responsável pelo sabor intenso superfrutados. Esse processo ainda
é limitado, pois implica em mudar todo o parque industrial.
Com relação à morte do vinho, ela
é real. Com o tempo, ele vira água ou "petróleo". Para ser enólogo é
necessário curso superior. No Brasil, temos na Universidade de Santa Maria – RS,
cujo curso dura quatro anos. As mulheres são melhores degustadoras que os
homens, pois possuem olfato e paladar apurados. Nossa amiga Arlete Sendra entende
bastante do assunto, pois ela é vitalista, ao contrário de alguns amigos que
são animistas.
Há vinhos machos e fêmeas. Minha
experiência com amigas, algumas do Liceu, constatei que elas preferem vinhos
machos como o Cabernet Sauvignon. Esse vinho aflora a sua força vital ao sentir
a presença da mulher, ficando todo alvoroçado. É bom seguir nessa arte o poeta
persa Omar Khayyam: "A tulipa não vês que, na hora matinal absorve da
atmosfera o vinho celestial? Faze com crença o mesmo, até que um dia te inverta
para o chão, feito ânfora vazia"... Um pedaço de pão sobre a relva
ensombrada. Um livro de poesia, a urna de vinho e a amada. No deserto a cantar,
sonora, a meu lado... Muda-se a solidão num Éden encantado..."
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