sexta-feira, 14 de setembro de 2012

DEDICATÓRIA

                                              EUCLIDES DA CUNHA (1905)

“Se acaso uma alma se fotografasse
De sorte que, nos mesmos negativos,
A mesma luz pusesse em traços vivos
O nosso coração e a nossa face;
E os nossos ideais, e os mais cativos
De nossos sonhos... Se a emoção que nasce
Em nós, também nas chapas se gravasse
Mesmo em ligeiros traços fugitivos;
Amigo! Tu terias com certeza
A mais completa e insólita surpresa
Notando – deste grupo bem no meio –
Que o mais belo, o mais forte, o mais ardente
Destes sujeitos é precisamente
O mais triste, o mais pálido e o mais feio!”

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